Banho de espuma

terça-feira, agosto 30, 2005

Portugal no seu melhor

Por muito que goste do meu país, ele há coisas que eu não consigo entender....
De passeio pelo norte do país, eis que chego a uma aldeia onde existe apenas uma criança com seis anos de idade. Conforme é habitual, o pequeno vai este ano ingressar na 1ª classe. Até aqui, tudo (mais ou menos) normal (já não se procria neste país?)
O pequeno vai para uma escola a alguns kms da aldeia, escola essa que terá um professor a leccionar apenas a duas crianças: o pequeno que eu conheci e outro, duma aldeia próxima.
O "engraçado" da história é que a mais alguns kms de distância (3 ou 4) existe uma cidade para onde as duas crianças podiam ir para a escola e, dessa forma, viverem um ambiente escolar normal (convívio com outras crianças, auxiliares de educação, enfim...).
Será mais vantajoso para o Estado pagar a um professor para leccionar a duas crianças ou subsidiar a Câmara daquela cidade para proporcionar transporte àquelas duas crianças?
Bem sei que temos 40.000 professores não colocados mas... não são as crianças o mais importante?

4 Comments:

  • At 10:27 da tarde, Blogger Doutor Zeca said…

    Pois, os alunos e os profs são um problema.Estas situações, cada vez mais frequentes devido à deserção do interior rumo ao litoral e aos grandes centros, são de facto tocantes. Nós que frequentámos escolas cheias de miudagem, custa-nos pensar o que será uma situação como essa.
    E haverá solução ideal? Mandar os miúdos para mais longe dificilmente será do agrado das famílias. Quanto às escolas com menos de 10 alunos, diz o governo que desta fecham. E se assim for lá vai a gaiatagem para longe. E os profs para o centro de desemprego.
    Complicado, muito complicado.

     
  • At 11:26 da tarde, Blogger JAP said…

    Eu não tenho nenhum professor não colocado. Pelo menos cá em casa ninguém se queixou disso. (A avaliar pelos últimos tempos. Havia um que se queixava disso, mas também já lá vão uns tempos. Entretanto deixou de dar aulas.). Proponho por isso que deixemos arder o que resta do interior (sem chegar a Coimbra e outras cidades menos interiores) e comecemos um outro país: o do litoral, do TGV e da Ota; mas também da Arrábida, Peniche e S. Martinho. Podemos até construir um país lacustre, ou melhor, marustre. Não seria mais necessário ter escolas, hospitais, estradas e tribunais (?!) nessa zona que a ninguém interessa, esse país profundo e chato. Inacessível. Desinteressante. Paguemos então o bilhete de autocarro a toda essa gente (quanta) que ainda resta por lá, sabe-se lá em nome de quê.

     
  • At 12:32 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    O Carlos Cruz também acha que as crianças são o mais importante :)

     
  • At 11:06 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Difícil muito difícil. Quase tão difícil como seria para mim criar um blog e saber o que nele escrever! A solução parece-me simples: TOCA A PROCRIAR MALTA! Isto só acontece porque vós procriais pouco.Quantos filhos tenho??? Só falo na presença da minha advogada!

     

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